sábado, 2 de maio de 2020

Daniel


DANIEL

Um mundo tão mudado.
Não dá para entender
Ou sucumbe enclausurado
Ou morre para sobreviver

Sinais estão mostrando
Onde iremos encontrar?
Há pessoas se desesperando
Procurando se salvar

Muita gente está mudando
Passando a entender
Quem andava debochando
Está passando a crer.

Você estava me procurando
Há muito tempo a me chamar
E eu me desesperando
Procurei em outro lugar.

A ti eu me prostrei.
E tudo devo a ti.
Depois que te encontrei.
Eu nunca mais feri.

Aquilo que me transmite.
É doce como mel.
Não esqueço o que me disse
De ser como Daniel.

Pois nem fornalha e nem leão.
Nada vai me machucar.
Pois seguirei sua direção.
Para sempre me salvar.

Luiz Augusto 02/05/2020 as 15:02


sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Vitória Escrita


Quando eu cheguei, todos me olhavam.
Eu vi em seus olhos, o quanto me amavam.

Quando eu andei, sob o sol fervente.
Fui enfrentar o mau, que estava emergente.

Quando eu passei, por sobre o mar.
Mostrei que a fé é mais forte que o pesar.

Quando eu carreguei, o lenho pesado.
Eu enxerguei o seu olhar de espantado.

Quando aquele aço, veio ao coração.
Foi para mostrar o quanto é forte o perdão.

E se você tem um minuto para pensar.
A fé, o bem, o perdão e o amar.
E por toda a minha história escrita.
Que a derrota da morte.
Foi a vitória da Vida.


sexta-feira, 22 de julho de 2016

Beatus Pater


Como tanta luz o traz?
Ilumina o mais breu da escuridão
Na inocência do ser se faz.
O mais insigne âmago da paixão.

Como podes sua ternura fazer?
Eu a entender os mais errantes.
Da minha vida ao seu brilho ao nascer.
Transbordou-se o amor, quão relutante.

Acreditam os seres na felicidade.
Na busca sempre a almejá-la.
Na incessante, esquecem-se da capacidade.
Do interior de si próprio alcançá-la.

E tudo na vida, por afinidade atrai.
Nas palavras do Cordeiro nos diz.
No milagre da vida de ser pai.
Nunca mais fui infeliz.


segunda-feira, 20 de julho de 2015

Coisas Que a Ciência Não Explica


Como vai exemplo que almejo?
Já faz algum tempo que não o vejo.
Desde aquele dia da despedida.
Nos caminhos da estrada finita.

Vivendo um sonho, chegada e partida.
O que conforta é a fé, o amor e a vida
São coisas que a ciência não explica.

Lembra daquele som da guitarra alta.
Que fingia que não gostava .
Toda vez que tocava, fechava a porta da sala.
As vezes até a porta faz falta.

Vivendo um sonho, um futuro que brilha.
O que importa é a fé, o amor e a vida
São coisas que a ciência não explica.

Sinto saudades desde toda esta mudança.
Mesmo o tempo que vai, fica a esperança.
A vida passa como a chuva e o vento.
Sei que para nos encontrarmos será questão de tempo.

Vivendo um sonho, uma estrada, uma sina.
O que trilha é a fé, o amor e a vida.
São coisas que a ciência não explica.



*Escrito por Luiz Augusto de Moraes Silva em 20/07/2015.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ariano

Na sala de espera do fórum celestial, Ariano aguarda sua hora de ser chamado para o julgamento. Com o olhar sereno e tranquilo, Ariano vê sentar do seu lado Chicó, Rosinha e João Grilo.

- Oxi, o que vocês fazem aqui? pergunta Ariano.

- Nós viemos ser testemunhas do seu julgamento Painho. Responde Rosinha.

- É verdade Painho, com aquele promotor que é o cão e que vê maldade na onde não existe, você vai precisar de testemunhas para dizer o que fez na terra.

- Nós vamos ver denovo aquele cão é? Pergunta Chicó a João Grilo.

- Vamos sim Chicó, e me disseram que está mais bravo e convencido do que antes, porque está ganhando muitas causas.

- Oxi, O promessa desgraçada, o promessa sem jeito. Exclama Chicó preocupado.

- Mas nós sabemos painho, de tudo que você fez na terra, do circo da onça malhada, que percorreu o Pernambuco inteiro fazendo as aulas espetáculos para quem nunca viu uma aula ou um teatro na vida. Das palestras que painho dava no Brasil inteiro exaltando a língua Portuguesa, mostrando o jeito de nosso povo, do seu sofrimento,da miséria, da fome, do sertão sem água, até em Sertânia, painho foi dar aula. Fala Rosinha
- E como vocês souberam disso? Pergunta Ariano.

- Oxi, até parece que não sabe, somos criação sua, filhos da sua criatividade, sabemos tudo do senhor, responde João Grilo, bem no seu modo de dizer.

- Mas como vamos ganhar do promotor? aquele cão tá dez vezes mais bravo e melhor, está ganhando tudo, ai meu Deus!

- Ainda bem que Rosinha deu um pedacinho de Pão para aquele andarilho negrinho que passou entre nós, ele que vai ser o juiz e vai decidir o paradeiro de Painho. - fala João Grilo.

- É mas lembra que antes disso você miserou o pedaço para ele né João - Fala Rosinha.

- Ai meu Deus do Céu estamos perdidos, o cão vai levar a gente também, o promessa desgraçada, o, promessa sem jeito. Painho o que vamos fazer? Pergunta Chicó.

- Não se avexe meus filhos. responde Ariano.

- Não se avexar? Todo mundo vai para o lugar mais quente do mundo Painho Exclama Chicó.

- Bem que mais quente que o sertão do Pernambuco eu num vi não, brinca João Grilo.

- É verdade painho, se você for condenado, vamos todos para a casa do cão, o que vamos fazer? pergunta Rosinha.

- Não se avexem meus filhos, eu já arrumei tudo. Responde sereno o Senhor Ariano.

- Arrumou tudo painho, como assim? O promotor cão não se vende, e o andarilho negrinho muito menos, o que o senhor arrumou, painho?. Diz Rosinha apreensiva.

- Ariano olha para todos e na sua serenidade ele diz:

- Eu arrumei a melhor advogada de todos os tempos para me defender!

E com o olhar de esperança João Grilo, Chicó, Rosinha e Ariano se entreolham e começam a suplicar:

"Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé. Já fui barco, fui navio,mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher."

Só sei que foi assim...

Uma homenagem desse humilde leitor ao escritor Ariano Suassuna.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sapatos

Um tempo atrás um ex-colega de trabalho resolveu debochar sobre o meu sapato que estava surrado. Então ao invés de fazer guerra eu prefiro fazer poesia.!

Os sapatos e o caminho
Perfazem a reta tênue do futuro
Onde o caminho percorre o destino
Os sapatos vão sem desatino

Os sapatos demonstram o destino
Cada um com sua presença
Do sapato do ilustre Doutor
Às Botas do humilde Lavrador

Dos exuberantes da bela atriz
Aos saltos da louca meretriz
Das sandálias dos guerreiros espartanos
Aos marrons dos senadores romanos

Eu continuo com os meus companheiros fiéis
Que não jogo aos ares
Sapatos que não abandono
Pois às vezes me questiono
O porquê de tantos pares

Se só tenho dois pés.

sábado, 11 de maio de 2013

Dreams

Época de verão, fim de ano, tocava o sino do final da aula e ía para a casa que ficava a um quarteirão da escola onde chegava, deixava o caderno, sem muitas anotações, encima da mesa e ia direto para a sala onde havia um aparelho de som. Ali eu ficava até o fim da tarde ouvindo NIrvana através de um CD que comprei de um amigo.   
Ficava horas ouvindo aquele CD e imaginando como aquele sujeito cantava daquela forma gritada e ainda tocava guitarra, ouvia tanto aquele CD que acabei enjoando de todas as músicas e resolvi procurar outro som para ouvir, encontrei uma banda americana chamada Van Halen no qual gravei uma fita com o melhor desta banda e comecei a ouvir. Já na primeira música o impacto foi fulminante, uma guitarra dissonante com uma distorção de quebrar vidro de qualquer janela começou a tocar no som, meu pai logo que ouviu a barulheira foi até a sala e fechou a porta para o som não propagar até a cozinha e eu estava lá, sonhando com aquele som que saía daquela guitarra através daquele guitarrista, que era baixinho igual eu, e pronto, meu sonho era ser o Eddie Van Halen e descontar tudo que eu tinha raiva numa guitarra.
Lembro que fui procurar alguém para dar aula de guitarra e acabei achando um professor bem a moda do rock´n roll, cabeludo, meio desleixado e mesmo assim ainda tinha algumas mulheres que frequentavam a sua casa. O professor me mostrou a guitarra que usava, uma guitarra cinza com alguns brilhantes, simplesmente linda. Pois bem, ele pegou a guitarra, plugou num amplificador e começou a solar, o sujeito tocava demais e o bobão aqui ficou babando vendo tudo aquilo.
Comecei as aulas e vi o tanto que era difícil no começo tocar guitarra, não era só pegar ligar e tocar. Havia muita teoria, muita escala, muito cromatismo, muitos acordes para aprender e muito treino para tentar ao menos tocar um solo de alguma música de rock´n roll. 
Como não tinha guitarra, pedi uma para o meu pai e pelo fato de ser dezembro, mês de meu aniversário e do décimo terceiro acabei ganhando uma Tagima Zero , branca e linda na qual tenho até hoje. Esta guitarra foi minha namorada durante muito tempo, como deixei o cabelo crescer não tinha muitas garotas que se interessavam por mim, ou seja, não era belo e mesmo assim não havia mil garotas afim, então eu ficava o dia inteiro trancado na sala de casa treinando e tocando guitarra.
E de tanto treinar, algum tempo depois, comecei a tocar as músicas da banda daquele baixinho que eu tinha o sonho de ser igual e de certa forma eu me senti como se conseguisse ser o Eddie. Eu estava tocando os solos do meu ídolo e ninguém tiraria aquilo de mim.
E depois disso montei banda com meus amigos, tocamos em encontro de motoqueiros e bares,foram shows pequenos, mas de uma certa forma para mim foram show.
Na vida se você almeja algo que sonha, você tem que treinar muito, sempre com muito amor e ao mesmo tempo abrir mão de algumas coisas, mas posso dizer sem sombra de dúvida que vale a pena.

"And in the end on dreams we will depend
`Cause that´s what love is made of"

"E no fim, é dos sonhos que dependeremos
Porque é disso que o amor é feito"

Dreams - Van Halen